A indústria automotiva está entre as muitas áreas da economia que estão sendo transformadas pela 4ª revolução industrial, especialmente, o veículo elétrico, causando uma revolução no setor de automóveis. Desde o início da produção industrial, principalmente na era fordiana, a tecnologia tem sido uma grande aliada do setor, trazendo avanços significativos em toda a cadeia.
De acordo com dados do relatório da Webshoppers, a pandemia de Covid-19 tornou 2020 menos significativo para a indústria automotiva em geral do que em 2019, com uma queda de 46% nos pedidos e de 37% na receita. O setor viveu um ano de recuperação em 2021, e as expectativas de crescimento são otimistas.
A seguir, conheça tudo o que você precisa saber sobre a revolução no setor de automóveis, passando por tópicos como o que é a revolução no setor de automóveis e a nova cadeia produtiva (veículos elétricos).
O que é a revolução no setor de automóveis?
A Indústria 4.0 refere-se a uma nova fase da revolução industrial marcada pelo uso de sistemas automatizados e inteligentes como base para a otimização da produção. Ela é construída em tecnologias como computação em nuvem, big data, inteligência artificial e internet das coisas. É a transformação digital do ambiente fabril.
Atualmente, os objetivos incluem automatizar processos, dar autonomia aos sistemas ciberfísicos, integrar processos, monitorar a produção, entre outros. A situação ideal seria combinar usuários com aplicativos para aumentar a produtividade.
Em poucas palavras, temos robôs interconectados, sensores, máquinas de todos os tipos e sistemas inteligentes. Além disso, há mais capacidade de virtualização, o que permite o uso de ferramentas de simulação para projetar novos produtos.
A conectividade é outro ponto, já que para permitir o acesso rápido às informações e a tomada de decisões efetiva com base em dados, a conexão deve ser abrangente e integrar todos os elementos do ambiente de fabricação.
Ao mesmo tempo, o comportamento proativo é destacado. A 4ª revolução industrial é marcada pela busca de dados que permitirão a tomada de decisão eficaz antes mesmo de um evento ocorrer.
Ao mesmo tempo, para eliminar erros e problemas, é necessário fortalecer a capacidade de acompanhamento e monitoramento da produção.
Mudanças causadas pela revolução no setor de automóveis
Após o reinício das operações, os mundos online e offline do setor passaram a coexistir e apoiar-se mutuamente, aumentando o potencial da indústria para influenciar os clientes em várias etapas do processo de compra, proporcionando mais recursos e experiências agradáveis.
O setor de automóveis se beneficiou bastante da revolução e das mudanças tecnológicas, especialmente, os veículos. A seguir, saiba por completo as principais mudanças causadas pela revolução no setor de automóveis.
1. Uma nova cadeia produtiva
O mercado de motores de combustão interna encolherá à medida que a indústria de veículos elétricos se expandir, o que afetará negativamente todos os setores ao longo da cadeia de suprimentos, incluindo fabricantes de engrenagens, montadores de sistemas de combustível, fornecedores de sistemas de exaustão e catálise e todos os outros suprimentos e peças que acompanham eles.
Por outro lado, os principais fabricantes de baterias, incluindo Tesla, Panasonic, LG Chem e Samsung, bem como os novos negócios que oferecem software, sensores de rastreamento, segurança cibernética e outros serviços relacionados, além daqueles que fornecerão a tecnologia para a condução autônoma, provavelmente colherá os maiores benefícios.
A indústria química também crescerá como resultado do aumento da demanda por produtos químicos para baterias, particularmente lítio e outros metais de terras raras, que são necessários para muitos motores e outros componentes elétricos contemporâneos.
Finalmente, um maior uso de resinas, materiais compósitos e aerogéis será incentivado pelos esforços dos fabricantes para reduzir o peso dos carros elétricos, a fim de neutralizar o efeito inevitável da solidez das baterias.
2. Menos concessionárias e mecânicas
Nas próximas décadas, haverá menos concessionárias, revendedores e mecânicos devido à menor necessidade de manutenção de veículos elétricos, potencial de ajustes remotos, desenvolvimento de software de apoio ao motorista e expectativa de que a bateria principal do carro dure 110 mil quilômetros.
Como resultado, haverá menos trabalhos e tarefas associados a esses campos. Prevê-se que haverá mais lojas de segunda mão fora das cidades, bem como showrooms em áreas convenientes (como o centro da cidade e áreas movimentadas).
Embora os veículos totalmente automatizados pareçam muito distantes, a necessidade de motoristas deve diminuir globalmente.
3. Sistemas de eletricidade
A relação entre demanda e capacidade de retornar à energia terá um tremendo potencial se houver uma frota ativa considerável de veículos elétricos.
No entanto, enquanto os carros podem ser carregados quando os custos de energia são baixos, eles também podem descarregar energia de volta na rede quando há falta de geração de eletricidade, atuando como armazenamento estacionário.
De acordo com a pesquisa da Bloomberg, até 2018, o custo da segunda vida dessas baterias, com desempenho reduzido em 30%, está previsto em cerca de US$ 49 por kWh redirecionado, em oposição a US$ 300 por kWh para as opções atualmente disponíveis.
As baterias irão, assim, acelerar as vantagens dos veículos elétricos e das fontes de energia renovável, ao mesmo tempo que abrem novas oportunidades de negócios para aqueles que prestam serviços auxiliares.
Além disso, existem mercados que estão fora da rede onde um avanço na tecnologia de baterias possibilitado por veículos elétricos pode ser muito vantajoso.
Uma opção é substituir os geradores a diesel por uma minirrede, que é uma alternativa mais limpa, silenciosa e de baixa manutenção.
4. Grande redução do uso do petróleo
Seria cruel para a demanda de gasolina mudar rapidamente para veículos elétricos na escala prevista pela BNEF.
E pelo menos 13 milhões de barris de petróleo por dia podem ser economizados do consumo até 2040.
Os efeitos sobre o crescimento do PIB em mercados emergentes incluiriam mudanças nos modelos de transporte, aumento da eficiência dos motores de combustão interna e aumento do uso de gás natural comprimido, biocombustíveis e outros combustíveis alternativos .
Aliás, o controle do preço do petróleo a longo prazo será fornecido por essa tecnologia alternativa.
Portanto, é provável que “preços baixos por mais tempo” mudem para “preços baixos para sempre”, o que será extremamente prejudicial para as companhias petrolíferas globais e os provedores de serviços da indústria.
5. Infraestrutura de estradas e postos de carregamento
Assim como os provedores de internet surgiram nos primeiros anos de popularização da tecnologia, um aumento no número de veículos elétricos implicará em uma melhoria na infraestrutura para carregá-los.
E por que será necessário construir muitas estações de carregamento?
A razão é que os proprietários esperam poder carregar seus carros em qualquer lugar, na rua, em casa, no trabalho, em um shopping ou mesmo nas principais rodovias – o setor de construção se beneficia mais, juntamente com fabricantes de produtos elétricos e software relacionado.
Além disso, estações de carregamento e cabos serão instalados primeiro em residências, estacionamentos e grandes lojas. E em segundo lugar, porque os edifícios terão um design adaptado, com pontos de carregamento em garagens e residências.
6. Cidades e mobilidade urbana
A forma como o desenvolvimento do automóvel moldou a cidade moderna permanecerá inalterada pela mudança para a eletrificação e digitalização do transporte.
No entanto, à medida que os veículos elétricos ganham popularidade, será fácil ver a transformação física que resulta da instalação de estações de carregamento no lugar dos parquímetros.
Eles estarão presentes em estacionamentos públicos ou privados, bem como em lojas, shoppings, resorts e restaurantes.
Como a maioria dos proprietários não terá garagens adaptadas, os varejistas devem tomar a iniciativa porque entendem que oferecer cobranças gratuitas é uma ótima maneira de atrair clientes recorrentes.
Além disso, existem efeitos menos esperados, como a chance de que a digitalização dos serviços de ônibus diminua a concentração de algumas rotas superlotadas.
Não há dúvida de que viagens mais longas serão possíveis com veículos autônomos porque os motoristas poderão usar seu tempo de forma mais eficaz.
7. Outros setores do transporte
A eletrificação do transporte não se limita à indústria automobilística.
Somente na China, já existem 200 milhões de e-bikes em uso, e seu uso está crescendo em todos os outros lugares.
O domínio de pequenos veículos movidos a combustíveis fósseis em todos os setores, de barcos a motor a veículos pesados, será desafiado por baterias, motores e tecnologias de controle de energia aprimoradas.
Como eles cobrem distâncias relativamente curtas e há um benefício financeiro na redução do ruído e da poluição do ar, as vans de entrega são um mercado inicial lógico.
Além disso, as balsas elétricas estão começando a aparecer, por exemplo, caminhões elétricos pesados já estão sendo desenvolvidos pela Tesla, Mercedes e outras montadoras.
8. Carros elétricos vão impactar bastante na economia global
É razoável prever mudanças na economia global e até mesmo nos ministérios da economia ao redor do mundo se a introdução de carros elétricos resultar em mudanças em vários setores e na forma como eles interagem com o meio ambiente.
Nos países europeus, os impostos sobre gasolina e diesel representam 7% do total das receitas fiscais. A questão de como essa perda será compensada permanece se a demanda por esses combustíveis diminuir, o que também reduz a receita do governo.
No mais haverá menos pessoas empregadas na manutenção, reparo e, eventualmente, na direção. Portanto, uma vez que o setor de transporte passa a produzir milhões de desempregados globalmente, mesmo em um ambiente de crescimento econômico, a discussão sobre projetos de renda garantida precisa se intensificar.
Vale destacar que qualquer transição significativa para tecnologias sustentáveis de energia e transporte exigirá a criação de novos investimentos de capital de longo prazo, com impacto na produtividade e nas taxas de juros no nível macroeconômico.
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Especialista em Gestão de Pessoas e Gestão Estratégica.
MBA em Marketing.
CEO e líder da Solled Energia e WG Energia.
Coordenadora Estadual / RS da ABSOLAR (Associação Brasileira de Engenharia Solar).
Conselheira RS Solar e Fundadora do Grupo G5 Solar.
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